Pura Magia... (só para iluminados)

Tive a oportunidade de presenciar um daqueles momentos mágicos que acontecem de 1000 em 1000 anos. Primeiro do que tudo há que abrir a mente e pensar diferente dos comuns mortais. Conseguir isso significa ser superior aos outros. Significa ver do topo da pirâmide os outros cá em baixo. Conseguem? Então agora tentem imaginar o panorama…
Era fim de tarde de um dos últimos dias de Setembro. O sol brindava a Terra com um caloroso abraço quente, típico daqueles dias de Outono em que sem sol está frio.
O Mar – esse eterno mar – apresentava-se estranhamente calmo para a estação. O vento desaparecera depois de mais de 15 dias a fustigar toda a gente. Duas gaivotas faziam um voo raso tirando proveito dos seus corpos perfeitamente aerodinâmicos, procurando alimento para o jantar que se avizinhava. O céu exibia um tom azul brilhante, um azul de paz. Parecia que os astros se tinham alinhado para me oferecer aquele momento…
O mundo à minha volta parara e eu ali, olhando aquela parede lisa como a pele de uma mulher, ainda a meio de um take off e já com a felicidade estampada no rosto. Sinto os dois pés aterrar na prancha ao mesmo tempo e sinto que será uma viagem inesquecível, uma viagem que irá preencher os meus sonhos durante as noites solitárias e frias de Inverno. Agora deslizo graciosamente, qual golfinho à proa, e sinto que faço parte dali. Eu pertenço àquela onda. Somos um só. Ela presenteia-me com uma viagem serena mas repleta de felicidade e sentimentos, e eu agradeço, recolhendo-me à humilde posição de servo.
O mundo continua parado à minha volta. Naquele momento tenho a certeza que estou a viver em plenitude, sem nada deixar para trás.
Sei que tenho de acabar a viagem. Fecho os olhos e agradeço uma última vez. Deixo a minha companheira e dou comigo a pensar que adorava pertencer aquele habitat para o resto da minha vida.
Olho à volta e a magia acontece. O mundo não está mais parado mas está diferente. As gaivotas já cá não estão. O céu e o vento continuam iguais. O Mar parou para me aceitar e eu agradeci…

To be continued…